Vale pode “vender” Carajás
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Que a mineração de ferro na mina chamada de S11D, em Canaã dos Carajás, é a nova menina dos olhos da Vale, isso não é novidade. Mas o que dizer do impensável: que a mineradora pode ter de se desfazer de um dos seus emblemáticos ativos de minério de ferro, na medida em que o preço da principal commodity continua em queda no mercado internacional! A avaliação de que a gigante terá de fazer opções está num relatório divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Deutsch Bank.
O assunto foi divulgado ontem pelo blogueiro Zé Dudu, de Parauapebas. Em um cenário de minério de ferro a US$ 45 a tonelada até final de 2017, “estimamos que Vale poderia ter um déficit de financiamento de US$ 10 bilhões”, diz o analista do Deutsche Bank, Wilfredo Ortiz.
O documento diz, ainda, que “quedas maiores e mais rápidas que o esperado nos preços do minério de ferro, combinadas com reduções nos custos operacionais, resultaram em um balanço de pagamentos precário da Vale”.
Em uma situação com esta, vender ativos é uma opção melhor para cobrir a necessidade de financiamento do que se endividar. “Sob as condições atuais do mercado, apenas os ativos mais valorizados podem ser vendidos sem destruir valor”, afirma o relatório.
Em outro trecho, o documento diz que a “Vale deveria considerar vender uma pequena participação em seu Sistema Norte, as joias da coroa, em um esforço para fortalecer seu balanço de pagamentos”.
“Pelas nossas estimativas, a venda de participação de 15% ou 20% poderia levantar US$ 8 bi ou US$ 10 bi, o suficiente para cobrir a maior parte dos US$ 11 bi necessários em investimento de capital e escorar o balanço de pagamentos para enfrentar praticamente qualquer turbulência no mercado de minério de ferro”, declara o documento da Deutsch.
Desinvestimentos
Essa é uma outra estratégia já vem sendo seguida há alguns anos e ajudou a aumentar o lucro líquido de R$ 115 milhões em 2013 para R$ 954 milhões em 2014. No ano passado, a empresa já reduziu os investimentos em US$ 2,25 bilhões em relação a 2013.
A lista para os próximos desinvestimentos foi divulgada no Vale Day. Para este ano, a empresa pretende desinvestir ou vender ativos na sua joint venture de carvão e na de fertilizantes, na sua operação na Indonésia (PVTI) na MRS Logística e na Mineração Rio do Norte, de bauxita.
Com as vendas e desinvestimentos, a Vale pretende se concentrar mais em seus negócios centrais, eliminar ativos que não estejam rendendo conforme o esperado e gerar caixa.
www.zedudu.com.br
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