28.4.15

Curionópolis: Vacinação de HPV quase concluída.

Secretária de Saúde Elizeth Abreu, disse que o Município fará o seu papel na imunização do HPV.
Secretária de Saúde Elizeth Abreu, disse que o Município fará o seu papel na imunização do HPV
Curionópolis: Vacinação de HPV quase concluída.
Vacina contra o HPV: Menina se você tem entre 9 a 11 anos fique atenta.
Em março aconteceu à campanha de vacinação contra o Papiloma Vírus Humana, o popular HPV, nas escolas de todo o Brasil. A vacina, que previne o câncer de colo de útero, responsável pela morte de cinco mil mulheres todos os anos no país, estava em falta em Curionópolis.
Porém em Curionópolis devido um atraso do Ministério da Saúde, o município recebeu as vacinas um mês depois, e iniciaram imediatamente as primeiras dosagens, e c om a chegada de novas doses, mesmo passado o prazo da campanha, foi possível retomar a vacinação das crianças e adolescentes, que no município segundo a coordenadora do setor de Imunização passa de 600 crianças e adolescentes em todo município.
 Gilza Miranda, Coordenadora do Setor de Imunização da Secretaría de Saúde de Curionópolis.
Gilza Miranda, Coordenadora do Setor de Imunização da Secretaría de Saúde de Curionópolis.
De acordo com Gilza Miranda, coordenadora do setor de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, as escolas e os postos de saúde receberam as vacinas para agendar uma data e horário para que suas alunas possam ser vacinadas e imunizadas.
O município fará toda a vacinação:
Além das escolas, os 16 dos postos de saúde de Curionópolis, Serra Pelada e Zona Rural, também tiveram a vacina disponível a partir da data que chegou ao município, segundo a Secretária de saúde Elizeth Abreu, o município fará toda a vacinação necessária para atingir a meta da Secretaria de Saúde, “Toda a nossa equipe esta imbuída em realizar esta campanha, já que a prevenção do câncer do Colo do útero é obrigatoriedade dos governos imunizar a população, então estamos fazendo a nossa parte”, finalizou Elizeth.
De acordo com a coordenadora do setor de imunização, é necessário levar o cartão de vacinação e um documento de identificação, e aproveita a oportunidade para falar sobre as três doses da vacina e a importância da imunização, “A primeira dose já está disponível desde de março de 2015, a segunda dose inicia a partir de setembro de 2015, e a terceira será agendada para 5 anos após a primeira dose., onde todas ficarão imunizadas”, terminou Gilza
  Tec de Enfermagem Luzandir na Vacinação na E. M. E. F. José RodriguesFoto da Capa;   Enfª Marilene vacinando menina da Escola Maranata







A imunização só é gratuita:
Apesar da vacina contra o HPV ser importante para a prevenção do câncer de colo do útero na mulher, a imunização só é gratuito para crianças e adolescentes, de 9 a 11 anos, lembra Gilza.
Lembrando que quem tiver interesse em tomar a vacina e não tiver na faixa etária dos 9 aos 11 anos deve procurar a rede particular, onde é possível se vacinar.
Ainda relatou Gilda, aproximadamente 500 crianças foram vacinadas em abril restando apenas 100 e a expectativa é que em meados de maio todas sejam vacinadas, restando as próximas vacinações.
O Ministério da Saúde determina como meta a vacinação de 80% do público alvo.
O que é HPV?
È um vírus que se instala na pele ou em mucosas, pode ficar no organismo durante anos de maneira adormecida e pode evoluir para cânceres como o do colo de útero.
Como ocorre o contágio?
A transmissão ocorre por contato direto com a pele ou mucosa infectada, não necessariamente apenas por relações sexuais. Também pode ser transmitido de mãe para filho durante o parto.
O que é câncer de colo de útero?
É o crescimento anormal de células no colo do útero.
Formas de prevenção do câncer de colo de útero?
Para prevenir, é preciso vacinar as meninas de 11 a 13 anos, e seguir fazendo a exame preventivo (Papanicolau) na vida adulta. Além, é claro, do uso do preservativo quando iniciada a vida sexual.

25.4.15

Apple Watch vende mais em um dia que o Android Wear em 2014

Nem o mais otimista dos applemaníacos poderia imaginar o sucesso de vendas do Apple Watch. De acordo com informações da consultoria Slice Intelligence, da pré-venda até hoje, o smartwatch da Applevendeu nos Estados Unidos mais do que o Android Wear em um ano. Até agora, 957 mil pessoas compraram o gadget da empresa, contra 720 mil que optaram, em todo o ano de 2014, pelo relógio inteligente com Android.
Apple Watch terá app do Instagram (Foto: Elson de Souza/TechTudo) (Foto: Apple Watch terá app do Instagram (Foto: Elson de Souza/TechTudo))Apple Watch Sport preto é o preferido entre os consumidores (Foto: Elson de Souza/TechTudo)

Os número do Apple Watch são ainda maiores quando se compara a quantidade de aparelhos comprados por cada pessoa. Segundo informações da consultoria, cada pessoa leva em média 1,3 gadgets a cada compra. Esse dado leva em consideração apenas as compras online.
Nas vendas em lojas físicas, que começam hoje (24) em oito países, entre eles Austrália e Reino Unido, são esperados cerca de 2.3 milhões de aparelhos comercializados. Quando for disponibilizado para outros países,  são esperados 20 milhões de dispositivos vendidos apenas no primeiro dia de venda.A moda dos smartwatches vai pegar? Comente no Fórum do TechTudo
Apple Watch Sport é o preferido
Como era esperado, a versão Sport é a mais escolhida pelos consumidores. De acordo com as primeiras estimativas, o modelo com pulseira com encaixe diferenciado, na cor preta, é a mais vendida, com 28% de preferência entre os consumidores.
Se comparado com as outras cores do modelo Sport, a cor preta sai ainda mais à frente. Ele vende 64% a mais do que as cores azul, rosa e verde.
O Apple Watch começou a ser vendido hoje (24) em nove mercados, entre eles Estados Unidos e Reino Unido. O modelo de entrada, Apple Watch Sport de 38mm, custa US$ 349  (cerca de  R$ 1.040). A versão mais cara, Watch Edition, vem com caixa de ouro e pode chegar a US$ 12 mil (cerca de R$ 35,7 mil). Ainda não há previsão do início das vendas no Brasil.
Policial troca tiros com assaltantes e deixa dois baleados, em Belém

Três homens abordaram vítima nesta sexta, 24, um deles conseguiu fugir.
Vítima levou tiro no braço, mas foi atendido e passa bem.

Um Policial Civil reagiu a um assalto e baleou dois assaltantes na tarde desta sexta-feira (24) no bairro da Pedreira, em Belém. De acordo com o Centro Integrado de Operações (Ciop), o Policial foi atingido no braço durante a troca de tiros, mas recebeu atendimento médico no Pronto Socorro Municipal do bairro do Umarizal e passa bem.
Segundo informações da Polícia Civil, três homens tentaram assaltar o policial na rua Timbó, mas a vítima trocou tiros com o trio. Dois jovens, um de 19 anos e um de 22, foram baleados e foram detidos. O terceiro assaltante conseguiu fugir e não foi identificado.
Um dos assaltantes baleados também foi encaminhado para o Pronto Socorro do Umarizal. Um revólver calibre 38 foi apreendido com os assaltantes e encaminhado para a perícia. A dupla detida foi autuada em flagrante por tentativa de roubo e homicídio.

Júri condena mandante da morte do ex-deputado José Nassar, em Belém

Manoel Barreto foi condenado a 17 anos de prisão pelo crime ocorrido em 97.
Francisco Dias foi absolvido da acusação de intermediar assassinato.

O Tribunal do Júri de Belém anunciou na noite desta sexta-feira (24) a sentença dos réus Manoel do Socorro de Melo Barreto e Francisco Dias Cardoso, acusados de envolvimento na morte do ex-deputado e médico José Nassar Neto no ano de 1997. De acordo com o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), Manoel Barreto foi considerado culpado de ser um dos mandantes do crime e foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado. Francisco Dias foi absolvido da acusação de ser um intermediário do crime, mas a promotoria anunciou que vai recorrer da sentença. Na próxima quarta-feira (29) será julgada Márcia Nassar, ex-mulher de José Nassar Neto e também apontada como uma das mandantes do crime.
Barreto seria namorado da ex-esposa de Nassar Neto, Márcia Nassar, e os dois foram apontados como os mandantes do crime.O julgamento começou nesta quinta-feira (23), quando a promotoria do caso avaliou que o depoimento das testemunhas foi importante para comprovar a participação dos réus no crime. A defesa contestou as acusações. Segundo o TJPA, foram ouvidos nove peritos responsáveis pelos laudos que constam no processo, além de dois delegados e mais quatro pessoas, entre elas a mãe da vítima.Nesta sexta, os réus negaram participação no crime durante os interrogatórios. Manoel confirmou que conhecia e mantinha relações com Márcia Nassar quando se encontravam em Icoaraci, distrito de Belém onde ambos moravam na época do crime. No entanto, Manoel negou que houvesse compromisso na relação, pois segundo ele, ambos também se relacionavam com outras pessoas. Ele também confirmou que conhecia a casa de Márcia e que ela também freqüentava e possuía chaves do apartamento onde ele vivia.Executores do crime
Em sessão anterior, realizada em setembro de 2014, o Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri de Belém, formado sete pessoas, após 11 horas votou pela condenação de Benardino Colares Nunes, conhecido por Edson ou Nadinho, acusado de ser um dos executores do ex-deputado. A pena, fixada em 20 anos e 10 meses de prisão, terá que ser cumprida em regime inicial fechado. Na sentença, a juíza decretou a prisão do condenado, que respondia o processo em liberdade.Na mesma sessão, também foi julgado e absolvido por insuficiência de provas, Daniel da Silva Pantoja. A defesa de Bernadino Nunes foi promovida pelo defensor público Rafael Sarges e a de Daniel Pantoja, pelo defensor público Alessandro Oliveira. A acusação ficou sob a responsabilidade da promotora Rosana Cordovil, e dos advogados Ivanildo Alves e Márcio Miranda Nassar, sobrinho da vítima.Entenda o caso
Na época do crime, a polícia apurou que os executores, após matarem a vítima, fugiram em um carro que estava na casa de José Nassar Neto, abandonando-o na avenida Augusto Montenegro, a poucos quilômetros do local do crime. Os dois executores, Bernardino e Francisco Dias, foram presos logo após e confessaram o crime.Em depoimento, os executores afirmaram que a viúva pagaria R$ 3 mil, mas depois esse valor depois foi alterado, eles passaram a sustentar que o casal pagaria no total R$ 8 mil, valor que a mulher teria levantado com a venda de um automóvel que possuía, e que teria sido adquirido com os recursos do ex-parlamentar.Os dois respondem ao processo em liberdade, e o julgamento de cada um deveria ocorrer nos dias 9 de outubro e 27 de novembro de 2014, mas foi retirado de pauta e transferido para 2015.

Estreito de Magalhães, Reencontros e a Terra do Fogo

Nosso reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Nosso reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Para seguirmos de Punta Arenas para a Terra do Fogo, são duas opções: na primeira, precisamos dirigir para o nordeste por 170 km, contornando o Estreito de Magalhães até o ponto onde ele é mais estreito, apenas 2,5 km de largura, para aí cruzá-lo de balsa numa rápida travessia em direção à ilha. Na segunda, pegamos o barco em Punta Arenas mesmo para uma travessia de duas horas e meia até a pequena cidade de Porvenir, o maior povoado no lado chileno na Terra do Fogo.
Atravessando o Estreito de Magalhães, de Punta Arenas à terra do Fogo, no sul do Chile
Atravessando o Estreito de Magalhães, de Punta Arenas à terra do Fogo, no sul do Chile

Atravessando o Estreito de Magalhães, de Punta Arenas à terra do Fogo, no sul do Chile
Atravessando o Estreito de Magalhães, de Punta Arenas à terra do Fogo, no sul do Chile

Nossa escolha foi pela segunda opção já que quando formos deixar a Terra do Fogo em alguns dias, vamos seguir por essa rota do norte da ilha. Assim, conhecemos os dois lados dessa que é a maior ilha da América do Sul. Um grande barco para passageiros e veículos faz essa ligação (direto de Punta Arenas) uma vez ao dia, partindo logo após o almoço, embora devamos estar na fila bem antes disso, principalmente aqueles que forem embarcar veículos. Então, hoje de manhã ainda tivemos tempo de um bom café da manhã no nosso hotel, de passearmos um pouco mais pelas ruas centrais da cidade e depois, irmos esperar o embarque para cruzar o famoso Estreito de Magalhães.
Punta Arenas vista do barco que nos levava à Terra do Fogo, no sul do Chile
Punta Arenas vista do barco que nos levava à Terra do Fogo, no sul do Chile

A Fiona no ferry que nos leva de Punta Arenas à Terra do Fogo, no sul do Chile
A Fiona no ferry que nos leva de Punta Arenas à Terra do Fogo, no sul do Chile

Uma grande viagem como esta que estamos fazendo tem vários pontos altos. Por exemplo, o encontro com diferentes culturas ou a chance de ver e estar em paisagens naturais absolutamente deslumbrantes. Para mim, tão ligado em história e geografia, há também um outro tipo de experiência que chega a me emocionar. Estou falando em ver com os próprios olhos lugares que já conhecia desde a adolescência pelos livros do colégio, verdadeiros ícones geográficos ou históricos que agora ganham um sentido muito mais concreto, real, palpável. Navegar pelos rios Amazonas ou São Francisco, caminhar pelas ruínas maias ou incas, deslumbrar-se com paisagens fantásticas como o Grand Canyon ou a tundra canadense, tudo isso me traz de volta antigas páginas de livros que me encantavam na adolescência. A história do mundo ou a geografia da América, agora sim, fazem mais sentido do que nunca fizeram.
O Estreito de Magalhães, ao norte da Terra do Fogo e passando por Punta Arenas, e o Canal de Beagle, ao sul da ilha e passando por Ushuaia, duas das principais ligações entre os oceanos Atlântico e Pacífico. A Passagem de Drake está mais ao sul
O Estreito de Magalhães, ao norte da Terra do Fogo e passando por Punta Arenas, e o Canal de Beagle, ao sul da ilha e passando por Ushuaia, duas das principais ligações entre os oceanos Atlântico e Pacífico. A Passagem de Drake está mais ao sul

Foi exatamente esse o sentimento que tive ao cruzar hoje o Estreito de Magalhães. Com cerca de 570 km de extensão e apenas 2 km no seu trecho mais estreito, essa passagem natural que liga os dois maiores oceanos da Terra leva o nome de seu descobridor, o português Fernão de Magalhães que, trabalhando para a coroa espanhola, navegou por essas águas há quase cinco séculos, em Novembro de 1520. Esse intrépido navegador chefiava a expedição que foi a primeira a circunavegar o planeta, provando de uma vez por todas que a Terra era redonda. No seu caminho, talvez o maior obstáculo fosse justamente a América, praticamente fechando de norte a sul a passagem dos barcos.
Atravessando o Estreito de Magalhães, de Punta Arenas à terra do Fogo, no sul do Chile
Atravessando o Estreito de Magalhães, de Punta Arenas à terra do Fogo, no sul do Chile

Barco da travessia Punta Arenas - Terra do Fogo, no sul do Chile
Barco da travessia Punta Arenas - Terra do Fogo, no sul do Chile

Para as pessoas de hoje, acostumadas desde pequenas a ver mapas, globos e fotografias do espaço, é muito difícil imaginar um mundo em que, simplesmente, não se sabia o que havia do outro lado do mar. Os europeus do séc. XV não tinham ideia da existência do Oceano Pacífico. E olha que estamos falando do maior oceano da Terra! Para descobrir o Pacífico, os europeus tiveram primeiro de descobrir a América e depois, ao perceber que havia um outro oceano do lado de lá, tentavam desesperadamente encontrar uma forma de chegar a esse “novo” mar de barco. Era isso que procurava Fernão de Magalhães, assim como vários outros navegadores de seu tempo. As gigantescas bocas do rio Amazonas e Prata foram exploradas com esse intuito, mas até 1520 a passagem para o Oceano Pacífico continuava a eludir os exploradores.
No ferry entre Punta ARenas e Terra do Fogo, no sul do Chile, reencontro com o ciclista Pedro, que havíamos conhecido na Península Valdes
No ferry entre Punta ARenas e Terra do Fogo, no sul do Chile, reencontro com o ciclista Pedro, que havíamos conhecido na Península Valdes

Foi quando Fernão de Magalhães encontrou sua preciosa passagem secreta. Ao norte, as terras continentais da América; ao sul uma terra desconhecida de onde se via a fumaça de incontáveis fogueiras. Eram os indígenas locais tentando se aquecer e resistir ao clima rigoroso daquele lugar que o navegante português chamou de “Terra da Fumaça”. Foi apenas mais tarde que o nome foi mudado para o muito mais sonoro “Terra do Fogo”. Fernão de Magalhães não sabia que tratava-se apenas de uma ilha. Ele especulou que aquelas terras eram apenas parte de algo muito maior, a mítica “Terra Australis”.
Nosso primeiro dia na Terra do Fogo. Depois de atravessar de ferry de Punta Arenas para Porvenir, seguimos para a pinguinera na Baía Inútil, de lá para Cameron e fomos dormir em Russfin (170 km)
Nosso primeiro dia na Terra do Fogo. Depois de atravessar de ferry de Punta Arenas para Porvenir, seguimos para a pinguinera na Baía Inútil, de lá para Cameron e fomos dormir em Russfin (170 km)

Foi apenas um século mais tarde que navegantes holandeses determinaram que, sim, a Terra do Fogo era somente uma ilha. Aliás, a maior da América do Sul. Com 48 mil km2 de área, ela é só um pouco maior que a segunda na lista, a nossa Ilha de Marajó, com 40 mil km2. Se considerarmos toda a América, a Terra do Fogo fica atrás de Cuba, Hispaniola (Rep. Dominicana + Haiti), Newfoundland, no Canadá e quatro ilhas árticas também pertencentes ao Canadá. Outra curiosidade, é uma das três únicas ilhas do continente compartidas por duas nações, no caso, Argentina e Chile. As outras são Hispaniola e a pequena Saint Martin (França e Holanda). Pouco mais de 60% da ilha, sua parte ocidental, pertence ao Chile, e o restante, a parte oriental, à Argentina. A parte argentina é mais desenvolvida e onde estão os dois principais centros urbanos da Terra do Fogo, a famosa Ushuaia e a menos conhecida Rio Grande.
Estrada ao lado do Estreito de Magalhães, na Terra do Fogo, no sul do Chile
Estrada ao lado do Estreito de Magalhães, na Terra do Fogo, no sul do Chile

Estrada corta a Terra do Fogo, no sul do Chile
Estrada corta a Terra do Fogo, no sul do Chile

Mas, voltando às águas azuis do Estreito de Magalhães, essa foi a principal passagem entre os dois grandes oceanos até a abertura do canal do Panamá, no início do séc. XX. O outro canal aqui na região que rivaliza em fama com o Estreito de Magalhães é o Canal de Beagle, descoberto e explorado pelo famoso navio em que viajou Charles Darwin em 1830. Aliás, seu nome é uma referência ao próprio nome do navio. Ele passa ao sul da Terra do Fogo, é igualmente estreito, mas bem mais curto, com cerca de 200 km de extensão. As duas maiores cidades da região estão justamente ao longo dessas passagens, Punta Arenas às margens do Estreito de Magalhães e Ushuaia na orla do Canal de Beagle. Por causa do forte vento e também das marés, os navios grandes que cruzam de um oceano a outro aqui pelo sul da América preferem passar por um terceiro caminho, a notória Passagem de Drake, ainda mais ao sul. Apesar de ter sabidamente um dos mares mais violentos do planeta, ao menos aí há bastante espaço para se manobrar sem o perigo de ser jogado contra a costa.
Pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

A Fiona e outro carro expedicionário em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
A Fiona e outro carro expedicionário em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Placa informativa em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Placa informativa em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Pois bem, bastante coisa para eu pensar, refletir e me emocionar enquanto cruzava as águas do estreito. O barco é bem grande, muitos passageiros e carros, chance para ver TV, comer no restaurante ou ficar ali, no convés, admirando a história e geografia da região. Afinal, são mais de duas horas de viagem. Entre os carros viajando, alguns jipes de expedicionários como nós. E entre os passageiros, uma bela surpresa: o Pedro, o ciclista catarinense que havíamos conhecido na Península Valdes. Que mundo pequeno! Enquanto nós cruzamos para a patagônia andina, voltamos rapidamente para a Ilha do Mel e exploramos os parques nacionais Los Glaciares e Torres del Paine, ele enfrentou o forte vento frontal e lateral e pedalou 1.500 km pela ruta 3 até Punta Arenas. Agora, quis o destino, estávamos no mesmo barco em direção à Terra do Fogo, exatos 30 dias após nosso encontro em Puerto Piramides. Que incrível! São coincidências assim que ainda dão mais brilho às viagens.
Reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Observando pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Observando pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Já quase no meio da tarde, completamos nossa travessia e chegamos à pequena Porvenir. Com apenas 5 mil habitantes, a maioria deles descendentes de croatas e chilotas, é a maior cidade chilena na ilha. A cidade é fruto da corrida do ouro que ocorreu aqui no final do séc. XIX, atraindo imigrantes de longe. “Chilota” é o nome que se dá aos habitantes da ilha chilena de Chiloé (ainda vamos lá!), perto de Puerto Montt, 1.000 km ao sul de Santiago. Já os croatas, eram imigrantes que já haviam chegado a Buenos Aires quando as notícias do ouro chegaram à capital portenha. Eles, que já haviam vindo do outro lado do oceano, resolveram “esticar” mais um pouco. Quando o ouro acabou, muitos imigrantes partiram, mas alguns poucos se estabeleceram por aqui mesmo, principalmente nas fazendas de ovelhas.
Reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Foram essas duas atividades econômicas, o ouro e a exploração da lã, que enfim trouxeram colonizadores para essa região esquecida da América. Aqueles indígenas observados por Fernão de Magalhães em 1520 puderam passar outros três séculos em suas terras originais, vivendo como viveram seus antepassados e sem terem a concorrência do homem branco. A única tentativa de ocupação ocorreu em 1580 no povoado de Rey Felipe, do outro lado do canal, mas foi malsucedida. Em 1830 o Beagle passou por aqui e recolheu quatro indígenas que foram levados para a Europa, onde se encontraram com o rei da Inglaterra e viraram celebridades. Três deles retornaram na viagem seguinte do Beagle. Foram suas últimas décadas felizes. No final do século, com a chegada dos imigrantes, os nativos foram perseguidos e massacrados, em mais uma daquelas trágicas histórias de encontro de civilizações. Vou falar mais disso em algum próximo post...
Caminhando em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Caminhando em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Riona costa da Terra do Fogo, no sul do Chile
Riona costa da Terra do Fogo, no sul do Chile

Quando desembarcamos em Porvenir, pegamos logo a estrada de rípio (asfalto, só na parte argentina) rumo à nossa primeira atração: uma pinguinera. Não é uma pinguinera “qualquer”, parecida com tantas outras que existem perto de Punta Arenas ou na costa sul da Argentina. Essa é uma pinguinera de pinguins rei, aqueles com manchas amarelas que vimos tanto na Geórgia do Sul. Eles quase não são vistos tão perto da América do Sul, em lugares mais facilmente acessíveis. A gente estava curioso por revê-los e também por vê-los pela primeira vez em um ambiente tão diferente. Aqui, ao contrário do gelo e das rochas que preponderavam no ambiente da Geórgia do Sul, há uma grama alta, quase uma relva, além de um riacho de água doce.
Turistas observam pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Turistas observam pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Nosso reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Nosso reencontro com pinguins rei em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

A pinguinera fica na Bahia Inutil, nome dado no séc. XIX por um navegador inglês. Ele reclamou que ela não servia nem para ancorar um navio e nem como abrigo para tempestades. Enfim, uma baía inútil e o nome pegou. Os pinguins rei não concordam com ele e frequentam a área há milhares de anos. A prova disso são os fósseis. Não só dos pinguins, mas também de antigos habitantes indígenas que gostavam de comer os pinguins como sobremesa e que chegaram aqui há pelo menos 6 mil anos. O prato principal eram os guanacos, também muito comuns na Terra do Fogo. Com o desaparecimento desses indígenas no século passado, a preocupação dos pinguins passou a ser outra. Até o início da década de 90, era comum que visitantes os “raptassem” para levá-los para outros países. Com a criação do parque, eles estão, enfim, protegidos. Para nós, que vimos colônias com 200 mil casais dessas belas aves, ver algumas dezenas delas foi apenas “curioso”. Principalmente porque estavam no meio do verde e não do branco. Mas para quem vem aqui (a maioria das pessoas) e os vê pela primeira vez, o impacto é muito maior. Pudemos perceber isso bem nos semblantes das outras poucas pessoas que estavam visitando o parque, um casal de expedicionários e dois chilenos.
Fim de tarde em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Fim de tarde em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Fim de tarde em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Fim de tarde em pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Nós ficamos até a hora em que a luz ficou bem legal para fotografar. Ou seja, quase nove da noite. Depois, saímos em disparada, pois ainda precisávamos encontrar lugar para dormir, coisa bem rara nessa metade ocidental da Terra do Fogo. Como disse, as estradas são todas de rípio e a paisagem lembra muito a das estepes patagônicas. Lindo e grandioso, mas já quase não tínhamos luz para fotografar. Passamos por uma árvore completamente torta pelo vento (que reina absoluto nessas planícies intermináveis), um dos cartões postais da Terra do Fogo chilena, mas a pressa para chegar a algum lugar era tão grande que nem nos detivemos para fotografá-la. A foto que aparece nesse post é dos nossos amigos Tina e Marco, os suiços que repartiram o contêiner conosco na travessia da América Central para a Colômbia. Eles passaram por esse mesmo lugar alguns poucos dias depois de nós. Nesse caso, o destino não quis que nos reencontrássemos...
Uma das casas de Cameron, pequeno povoado na Terra do Fogo, no sul do Chile
Uma das casas de Cameron, pequeno povoado na Terra do Fogo, no sul do Chile

A famosa árvore torta pelo vento, um dos símbolos da Terra do Fogo, no sul do Chile. Quando passamos por aí, já não havia luz. Essa foto foi tirada dias depois pelos nossos amigos suiços, Marco e Tina
A famosa árvore torta pelo vento, um dos símbolos da Terra do Fogo, no sul do Chile. Quando passamos por aí, já não havia luz. Essa foto foi tirada dias depois pelos nossos amigos suiços, Marco e Tina

Enfim, seguimos até Cameron, a segunda maior cidade chilena da ilha, com não mais que uma centena de habitantes. Mas não havia hospedaria. Seguimos então para o vasto interior da Terra do Fogo, dezenas de quilômetros sem encontrar alma viva, pelo mesmo alma humana. Mesmo com a preocupação de encontrar lugar para dormir antes que a noite chegasse, a sensação de liberdade de estar naquele lugar tão isolado era incrível. E assim, distraídos com esse deleite de comunhão com a natureza, eis que chegamos a Russfin, uma fazenda transformada em pousada. No meio do nada. Não poderíamos esperar coisa melhor! Ainda descolamos um jantar e uma enriquecedora conversa com pescadores de mosca chilenos, os únicos outros hóspedes do local. Absolutamente sensacional! A Terra do Fogo nos acolhia de forma inesquecível na nossa primeira noite por aqui!
Feli com a beleza do fim de tarde em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile
Feli com a beleza do fim de tarde em uma pinguinera na Terra do Fogo, no sul do Chile

Fonte Blog do Rodrigo.

*TRÊS TEMPOS*

         *COLUNA DO Edson Luiz* *1° TEMPO*   O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem sido um dos principais protagonistas n...