25.4.15

Na Terra de Rondon e da Madeira-Mamoré

Com o Rodrigo e a Rosana, no parque nas antigas instalações da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia
Com o Rodrigo e a Rosana, no parque nas antigas instalações da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia

No finalzinho da década de 70, quando tinha dez anos de idade, comecei a me interessar por mapas e por geografia. Deliciava-me com o Atlas Geográfico Melhoramentos, dos meus irmãos mais velhos. Foi nele que decorei os nomes e localização dos estados e territórios brasileiros. Em 1981, quando cheguei à 5ª série, passei a ter a disciplina de Geografia na escola e foi a vez de comprar o meu próprio Atlas da Melhoramentos. Mas, no mapa do Brasil, ele vinha com uma notável diferença: o país tinha ganho um novo estado! Rondônia deixava de ser território federal a passava a ser o 23º estado brasileiro. No ano seguinte, em uma gincana disputada entre todas as salas da 6ª série, cada uma delas representaria um estado da confederação. Foram sorteados dois estados para cada sala e deveríamos escolher um deles para contar sua história, preparar suas comidas típicas, aprender e ensinar um pouco de sua cultura. Minha sala foi sorteada com Bahia e Rondônia. Infelizmente, eu fui a voz solitária em defender que deveríamos usar o nome de Rondônia. Não sei por que, todos os outros viram mais potencial no uso da Bahia, hehehe. Enfim, com Bahia fomos campeões, mas meu vínculo com Rondônia tinha sido criado...
Antiga igreja usada pelos trabalhadores da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia
Antiga igreja usada pelos trabalhadores da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia

Rondônia foi explorada por bandeirantes paulistas ainda na época do Brasil colonial, mas permaneceu completamente isolada do país até o final do séc. XIX. Mas o sossego das numerosas tribos indígenas que lá habitavam estava por terminar, por dois eventos quase concomitantes na virada do século: a construção da ferrovia Madeira-Mamoré e as explorações do militar e sertanista Candido Rondon, responsável por levar as linhas de telégrafo até o distante território.
Homenagem prestada à ferrovia Madeira-Mamoré, em em Porto Velho, capital de Rondônia
Homenagem prestada à ferrovia Madeira-Mamoré, em em Porto Velho, capital de Rondônia

Uma ferrovia que ligasse os trechos navegáveis dos rios Madeira e Mamoré já era um sonho boliviano há mais de meio século. Com ela, a Bolívia teria um acesso rápido e barato ao Oceano Atlântico, via Rio Amazonas, e aos mercados europeu e americano. Seria muito mais fácil escoar suas mercadorias por aqui do que através dos Andes até o Oceano Pacífico, a meio mundo de distância dos portos europeus e da costa leste americana, pois nessa época o Canal do Panamá era apenas um sonho. A grande barreira para isso é que o Rio Madeira (e seus afluentes), que nasce em território boliviano, tem um trecho de cerca de 300 quilômetros cheio de corredeiras e cachoeiras, já no lado brasileiro, não sendo apto à navegação. A solução: uma ferrovia que “desse a volta” nesse trecho complicado. Sonho acalentado desde meados do séc. XIX.
Fim de tarde no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia
Fim de tarde no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia

A oportunidade finalmente apareceu na virada do século, quando ocorreu a Revolução Acreana. Ainda vou falar disso quando chegarmos lá, mas o fato é que o Acre era originalmente território boliviano e, numa das cláusulas do tratado que deu a soberania da região ao Brasil, estipulou-se que nosso país construísse a sonhada ferrovia ligando os trechos navegáveis do Rio Madeira, uma das formas de compensar a Bolívia pela cessão do Acre ao Brasil.
O gostoso parque nas antigas instalações da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia
O gostoso parque nas antigas instalações da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia

E assim foi feito. Entre os anos de 1907 e 1912, cerca de 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades enfrentaram os rigores da selva amazônica para construir essa ferrovia de 366 km. Quase 1.500 deles morreram durante a construção, quase todos de doenças tropicais. A construção, comandada pelo americano Percival Farqhuar, foi considerada um grande feito da engenharia, já que a obra era considerada impossível por muita gente na época. Apesar do sucesso na construção, o Ciclo da Borracha (principal produto a transitar pela ferrovia) estava terminando e a ferrovia nunca operou com mais de 10% de sua capacidade total. Não demorou muito para a empresa do americano quebrar e se constatar que a ferrovia jamais teria a importância imaginada. Durante a 2ª Guerra Mundial, no esforço aliado de guerra, a borracha da região até recuperou sua importância (já que a concorrente Malásia estava na zona de conflito) e com ela a ferrovia. Mas não durou muito. Por fim, na década de 60, ela foi desativada.
Antiga locomotiva da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia
Antiga locomotiva da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia

Independente disso, foi a construção da Madeira-Mamoré que trouxe a primeira onda de imigrantes e desenvolvimento para a região. Boa parte do material usado na construção veio de barco. Inicialmente, tentou-se trazer esse material até um porto recém construído, quase aos pés da cachoeira de Santo Antônio. Mas depois, por razões de segurança, optou-se mesmo pelo porto antigo, alguns quilômetros rio abaixo. Era o porto velho, que deu origem a capital do estado, chamada apropriadamente de Porto Velho.
Antiga locomotiva da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia
Antiga locomotiva da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia

Nessa época também chegava ao estado a linha de telégrafo, depois de um amplo trabalho de exploração do território entre Mato Grosso e Amazonas pelo militar e sertanista Cândido Rondon. Ele já havia sido o responsável por explorar e levar o telégrafo de Goiás à Mato Grosso. Explorador nato, foi o idealizador do antigo SPI (Serviço de Proteção ao Índio), que mais tarde daria origem à FUNAI. Rondon foi o responsável pelo primeiro contato com inúmeras tribos que habitavam o sertão brasileiro e, enquanto viveu, foi um incansável defensor dos direitos indígenas. Dizia aos seus comandados nessa empreitada de explorações e contato com os indígenas que “se preciso for, morra, mas não mate!”. Pode parecer uma frase de efeito, mas o próprio Rondon foi atingido por uma flecha envenenada em uma de suas expedições e, ao invés de ordenar o combate, mandou que suas tropas recuassem, para evitar o conflito. Foi salvo da flecha pela bandoleira de couro de sua espingarda. Esse brasileiro notável recebeu inúmeras homenagens ainda vivo (morreu com 92 anos, em 1958), inclusive o título de “Marechal”, como todos o conhecemos.
Com o Rodrigo e a Rosana, no parque nas antigas instalações da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia
Com o Rodrigo e a Rosana, no parque nas antigas instalações da ferrovia Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia

Entre essas homenagens, o Congresso brasileiro resolveu mudar o nome do Território de Guaporé, formado por terras na fronteira de Mato Grosso e Amazonas, para Território de Rondônia, reconhecendo a importância de Rondon no desenvolvimento daquela região do país.
A usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia
A usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia

Os mesmos militares que optaram por desativar a ferrovia Madeira-Mamoré também foram responsáveis pela segunda onda de ocupação do ainda Território Federal. A imigração para Rondônia foi estimulada na década de 70, através da distribuição de terras. Dezenas de milhares de brasileiros de todas as regiões se mudaram para lá, apostando no futuro de Rondônia, no mais importante movimento migratório planejado dos últimos 50 anos. O resultado foi a explosão populacional do agora Estado de Rondônia e da rápida destruição de mais de 30% das florestas originais. Felizmente, nos últimos 15 anos, essa migração foi desacelerada, assim como a preservação de florestas nativas e territórios indígenas ganhou força. O belíssimo Parque Nacional dos Pacaás Novos é o melhor exemplo disso.
A usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia
A usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia

Foi nessa Rondônia que chegamos, diretamente à capital Porto Velho. Aqui, ficamos hospedados na casa do Rodrigo e da Rosana. O Rodrigo é amigo das antigas da Ana, lá de Curitiba, do tempo em que eram escoteiros. Há muito não se viam, mas a internet e o Facebook os reuniu, principalmente agora que viajamos pela América. O Rodrigo é tenente da Força Aérea Brasileira, piloto de helicópteros, e está baseado aqui em Porto Velho. Gentilmente, convidou-nos para ficar na sua casa, muito bem localizada no centro da capital.
A praça das caixas d'água, uma das atrações turísticas em Porto Velho, capital de Rondônia
A praça das caixas d'água, uma das atrações turísticas em Porto Velho, capital de Rondônia

Aqui, aproveitamos para fazer a revisão da nossa Fiona, que já estava meio atrasada. Depois de cruzar a BR-319, ela merecia! Quem também foi para a “revisão” foi a Ana, que estava com princípio de pneumonia. Entrou no antibiótico, depois de consulta no médico. O que também fizemos, aproveitando que estávamos num lar, foi lavar todas as nossas roupas. Vamos poder sair daqui zerados!
As famosas e enormes caixas d'água em Porto Velho, capital de Rondônia
As famosas e enormes caixas d'água em Porto Velho, capital de Rondônia

Por fim, o Rodrigo também arrumou um tempo para, junto com a Rosana, nos levar para passear e jantar em Porto Velho. A grande atração turística da cidade é o parque onde funcionava a ferrovia Madeira-Mamoré. Bem ao lado do Rio Madeira, é um ótimo lugar para se passar um preguiçoso entardecer, o sol brilhando sobre as águas do rio. Nessa hora, o parque está sempre cheio e é um ótimo lugar para namorar, tomar cerveja, jogar conversa fora ou simplesmente, admirar o espetáculo da natureza.

Além disso, claro, podemos admirar as antigas locomotivas e os trilhos já meio depauperados. Assim que a ferrovia foi desativada, muito de seu material foi vendido para o ferro-velho. Uma vergonha e desrespeito com a nossa história. Tentou-se uma linha turística de trem, com apenas 7 quilômetros, mas o projeto não prosperou. Finalmente, um movimento ganhou força para se tentar preservar o que havia restado. Atualmente, com parte dos recursos pagos pelas Usinas de Jirau e Santo Antonio, as novas mega-obras de Rondônia, a ideia é reativar a linha turística e restaurar antigas instalações, trilhos, locomotivas e vagões. Só podemos torcer para que dê certo dessa vez!
Despedida do Rodrigo e da Rosana, que nos deram um lar em Porto Velho, capital de Rondônia
Despedida do Rodrigo e da Rosana, que nos deram um lar em Porto Velho, capital de Rondônia

Falando nisso, o Rodrigo também nos levou à Usina de Santo Antônio, ao lado da capital. Aí funcionou aquele tal de “porto novo”, que acabou preterido pelo “porto velho” durante a construção da ferrovia. Justamente onde estava a primeira cachoeira do rio Madeira. Santo Antonio já está gerando e, junto com a Usina de Jirau, algumas horas rio acima, são responsáveis pela mais recente onda migratória à Rondônia. Grandes obras, empregaram e empregam milhares de trabalhadores. Ao mesmo tempo que fomentam a economia do estado, são promessa de novos problemas sociais para o estado, já que, assim como empregam, vão desempregar também, ao término da construção. São problemas para acompanhamos ao longo do tempo. Dessa vez, só pudemos admirar a grande obra que domou o rio que, agora, gera energia que é enviada diretamente ao sul do país. Energia necessária para o Brasil, reconheça-se, mas que intervém na natureza da região. O Rio Madeira nunca mais será o mesmo, para o bem e para o mal.
Com o amigo Rodrigo, no tradicional reataurante Remanso do Tucunaré, em Porto Velho, capital de Rondônia
Com o amigo Rodrigo, no tradicional reataurante Remanso do Tucunaré, em Porto Velho, capital de Rondônia

Outra atração que fomos visitar é a praça das caixas-d’água, remanescentes também da época da construção da ferrovia. Armazenavam água para seus milhares de trabalhadores. Hoje, estão desativadas e servem para atrair turistas àquela praça, a insólita visão de três monstros de metal que mais parecem saídos de filme B de ficção científica sobre extraterrestres.
Um verdadeiro banquete no tradicional reataurante Remanso do Tucunaré, em Porto Velho, capital de Rondônia
Um verdadeiro banquete no tradicional reataurante Remanso do Tucunaré, em Porto Velho, capital de Rondônia

Por fim, o delicioso jantar foi no mais tradicional restaurante da cidade, o Remanso do Tucunaré. Peixes, peixadas e moquecas que atraem famosos quando vêm à cidade. Fotos a assinaturas na parede provam que o restaurante é mesmo popular entre políticos, músicos e esportistas. E agora, também com os viajantes do 1000dias. Mas ainda não temos o cacife necessário para sermos convidados a deixar nossos autógrafos, hehehe. A ótima comida foi nossa despedida dessa cidade, já que amanhã partimos para o Acre. Rodrigo e Rosana, nosso muito obrigado pela calorosa acolhida. Quem sabe, não passamos por aqui na nossa volta da Bolívia?
Despedida do Rodrigo e da Rosana, que nos deram um lar em Porto Velho, capital de Rondônia
Despedida do Rodrigo e da Rosana, que nos deram um lar em Porto Velho, capital de Rondônia

Fonte Blog da Ana..

19.4.15

PRESOS POR ESTUPRO DE VULNERÁVEL E FURTO EM MARACANÃ NO PARÁ

As Polícias Civil e Militar prenderam em flagrante três envolvidos em crimes na cidade de Maracanã, nordeste paraense, neste sábado, 18. Um deles - Fábio Ribeiro da Rocha, 35 anos - é acusado de estuprar uma adolescente de 14 anos e de agredir a mãe da menina. Os outros dois - Tiago Trindade Garcia, 29 anos, e Andrey Monteiro da Silva, 18 - foram flagrados enquanto cometiam furtos. As prisões foram coordenadas pela delegada Eliete Alves, titular da Delegacia do município, em conjunto com policiais militares. 

À ESQUERDA, FÁBIO. NO ALTO, TIAGO E EM BAIXO ANDREY
Conforme a delegada, Fábio Ribeiro da Rocha, foi preso em flagrante na Vila Nova Brasília, na rodovia PA-430, zona rural do município, em ação policial que contou com apoio da guarnição do cabo da Polícia Militar Paulo Sena Aleixo. Os policiais receberam denúncia de que Fábio havia abusado sexualmente de uma adolescente de 14 anos e que a mãe da vítima de 38 anos havia sido agredida pelo acusado, após a filha lhe ter contado o crime. De acordo com a mãe da adolescente, as duas foram ameaçadas de morte pelo acusado caso o denunciassem. Fábio foi autuado em flagrante pelo estupro e pela agressão física, e permanece recolhido à disposição da Justiça. 

FURTOS Duas prisões em flagrante por furtos em imóveis foram registrados em Maracanã. Em um dos casos, Tiago Garcia foi flagrado após furtar os refletores de uma fábrica de gelo, na cidade de Maracanã. O acusado, segundo a dona da empresa, Maryvania do Socorro da Silva Sousa, além de cometer o crime de furto, ainda fez ameaças à empresária, caso o denunciasse à Polícia. No outro caso, Andrey Silva, conhecido como "Soratinho", arrombou uma casa, durante a madrugada, e do local furtou calçados e um telefone celular da dona do imóvel. O fato foi comunicado de imediato aos policiais que localizaram o autor do crime. Ele é acusado de ter cometido outros furtos no município. Após a prisão dele, diversas vítimas foram à Delegacia de Maracanã para denunciá-lo.

DENUNCIE: POLÍCIA CIVIL PROCURA AUTOR DE ESTUPRO DE CRIANÇA DE 12 ANOS EM ULIANÓPOLIS NO PARÁ

PROCURADO
A Polícia Civil investiga o paradeiro de Francisco João Rodrigues da Silva, 38 anos, de apelido "Chiquinho", que está com mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça de Ulianópolis, nordeste do Pará, por crime de estupro de vulnerável. Ele é acusado de ter violentado sexualmente uma menina de 12 anos, em abril do ano passado. Após ser denunciado, o acusado fugiu. O foragido é natural de Codó, no Maranhão, e na época morava em Ulianópolis. Quem tiver alguma informação sobre o procurado deve telefonar para o fone 181, o Disque-Denúncia. A ligação é gratuita e com sigilo garantido. 

POLÍCIA CIVIL DESVENDA MORTE DE ADOLESCENTE APÓS POUCO MAIS DE UM MÊS DE INVESTIGAÇÕES EM NOVO REPARTIMENTO

A Polícia Civil desvendou, após investigações, a morte de um adolescente registrada em 15 de março deste ano, em Novo Repartimento, sudeste paraense. Dois envolvidos no crime foram capturados. Um deles é um adolescente de 15 anos. O outro é Cassiano de Jesus da Silva, 19 anos. Os dois confessaram o crime que foi motivado por vingança. As investigações foram presididas pelo delegado Alenson Lameira, juntamente com os investigadores Regivaldo Menezes e Raimundo Melo. O crime se registrou às margens da rodovia Transamazônica, na entrada de um balneário, a 4 quilômetros da sede do município. O corpo foi encontrado durante a manhã, do dia 15 de março, jogado em um matagal. 

CASSIANO ESTÁ ENVOLVIDO NO CRIME
Durante as investigações, diversos depoimentos foram coletados. As informações foram essenciais para se identificar os autores do crime. Os acusados foram ouvidos em depoimento e confessaram terem assassinado o adolescente para se vingar dele. O motivo, segundo explicaram os acusados, é que meses antes houve uma briga entre a vítima e o adolescente infrator, em que o acusado foi agredido e jurou se vingar. 

Cassiano alegou que, no dia do crime, conseguiu atrair a vítima até o local onde estava o outro acusado. No local, os dois agarraram o rapaz e passaram a esfaqueá-lo. Em depoimento, Cassiano afirmou que sua participação no crime de segurar a vítima para que o comparsa o matasse. Após matá-lo, os dois jogaram o corpo no matagal. Com as confissões, o delegado representou pelas prisões preventivas dos acusados à Justiça que expediu os mandados judiciais, para mantê-los recolhidos. 

sábado, 18 de abril de 2015

PRESO CONDENADO HÁ MAIS DE 30 ANOS E QUE ESTAVA FORAGIDO DA JUSTIÇA EM CAMETÁ

As Polícias Civil e Militar do município de Cametá, no Baixo Tocantins, capturaram Valdir Nunes dos Santos, conhecido como “Ninja Branco”, condenado pela Justiça do Pará a mais de 30 anos de prisão por envolvimento em diversos roubos no Estado. Ele estava na condição de foragido. A prisão dele é resultado de dois meses de investigações. 

PRESO
De acordo com o delegado Fernando Pereira, Valdir foi encontrado no bairro da Marambaia, na sede do município de Cametá. Ele responde a diversos processos por roubo nas comarcas de Abaetetuba, Moju e Ananindeua. Segundo os policias, que participaram da operação, o foragido estava planejando assaltos no municípios. 

A equipe policial responsável pela prisão é formada pelo delegado Fernando Pereira, escrivão Sérgio Cordeiro, os investigadores Sérgio Pompeu e Ozy Assunção, e os policias militares do 32º Batalhão sob o comando do tenente-coronel Temístocles Paulo.

CASAL PRESO NO FLAGRA EM PONTO DE TRÁFICO DE DROGAS EM QUATIPURU

A Polícia Civil flagrou, durante investigações para combate ao tráfico de drogas, um casal que vendia maconha em um ponto de comércio de entorpecentes na localidade de Boa Vista, em Quatipuru, nordeste paraense. O flagrante foi coordenado pela equipe policial comandada pelo delegado Wander Veloso, da Delegacia de Primavera, cidade vizinha. Os acusados são Iran Dhegson Gomes e Araújo, 24 anos, e Lidiamem de Sousa Lima, 41. 

PRESOS
De acordo com o delegado, com o casal, foi apreendido em torno de meio quilo da droga prensada, no formado conhecido como "tijolo" de maconha. O entorpecente foi encontrado escondido dentro da casa dos acusados, durante revista no imóvel. O delegado Wander Veloso apurou que Iran Dhegson já tem passagem pela Polícia por envolvimento em tráfico de drogas. Os dois foram autuados em flagrante pelo crime.

PRESA DUPLA DE IRMÃOS ENVOLVIDOS EM CRIMES NAS CIDADES DE AUGUSTO CORRÊA E RURÓPOLIS

A Polícia Civil divulgou, neste sábado, 18, as prisões de duas duplas de irmãos envolvidos em roubos nas cidades de Augusto Corrêa, nordeste paraense, e em Rurópolis, sudoeste do Estado. No primeiro caso, foram presos, em cumprimento a mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça, os irmãos Neiton dos Reis Borges, de apelido "Beleu", e Ronaldo dos Reis Borges, conhecido como "Pipoca", acusados de tentativa de latrocínio. O crime se registrou, no último dia 3 de março, na localidade de Tijoca, zona rural de Augusto Corrêa. 

Irmãos Neiton e Ronaldo, à esquerda. Ao lado, os irmãos Marlon e Iury
NEITON E RONALDO À ESQUERDA, E MARLON E IURY À DIREITA
Na ocasião do crime, "Beleu" efetuou disparos de arma de fogo caseira contra Jesiel Castro Flor durante tentativa de assalto. A vítima teria reagido. Por conta do disparo, a vítima teve ferimentos no tórax, ombro esquerdo, couro cabeludo e articulações. Jesiel foi operado e não corre risco de morte. Segundo o delegado Tobias Ferreira, titular da Delegacia de Augusto Corrêa, "Beleu" é suspeito de ter participado do roubo de duas motos no município, no ano passado e neste ano. Com os irmãos, a arma do crime foi apreendida. 

ROUBO DE MOTO A Polícia Civil autuou em flagrante dois acusados de roubar uma moto em Rurópolis. Os irmãos Marlon Ribeiro dos Santos e Iury Fernando dos Santos foram presos por policiais militares. O veículo roubado foi recuperado na cidade vizinha de Placas e já devolvido ao proprietário, vítima do crime. Conforme o delegado Ariosnaldo Vital Filho, o dono da moto contou que foi abordado por dois homens armados. Após o roubo, a PM foi acionada e passou a fazer buscas até localizar os dois envolvidos no crime. 

Arma apreendida em Augusto Corrêa e moto roubada recuperada em Rurópolis

Aos policiais, os presos afirmaram que haviam abandonado o veículo roubado havia sido levado para a cidade de Placas e abandonado em um terreno baldio às margens da rodovia Transamazônica. A informação foi repassada aos policiais de Placas que localizaram o veículo. A arma utilizada no roubo, um revólver calibre 32, com seis munições, foi apreendida e enviada para perícia no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves do município de Santarém. Os dois foram autuados em flagrante por roubo qualificado (assalto a mão armada), com base no artigo 157, do Código Penal, e permanecem presos à disposição da Justiça.


Presidente estadual do PRB empossa diretoria do partido em Parauapebas


Acompanhado do deputado estadual Divino Santos, o presidente estadual do Partido Republicano Brasileiro (PRB), Fábio Freitas, empossou nesta segunda-feira (23) em Parauapebas a nova diretoria do PRB no município.
A diretoria local do PRB tem como presidente Jorge Guerreiro e como vice-presidente Josivaldo Antonio. O evento foi denominado "Renascimento PRB em Parauapebas".
No dia 19 de março, ocorreu o encontro estadual do partido em Belém, com a presença de autoridades e militantes do PRB da capital e do interior do estado.
Na visita a Parauapebas, a comitiva do Partido Republicano Brasileiro foi recebida pelo prefeito Valmir Mariano, em seu gabinete, e pelo adjunto da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), Gilvan Moraes, ambos do PSD.
19 anos após o massacre de Eldorado do Carajás
19 anos do massacre que chocou o mundo

19 anos após o massacre de Eldorado do Carajás

 Dizem que os conflitos da humanidade surgiram no momento em que o primeiro homem cercou um pedaço de terra e falou que era propriedade do mesmo. Por séculos os povos se mataram pelo controle e posse da terra. Eis que chega o estado democrático de direito e garante, entre outras coisas, o direito à terra, para quem nela trabalha. Porém, o direito à propriedade e à lei do dinheiro manda mais do que qualquer outra escala de valor humana.

Foi em meados dos anos 90’, em um lugar esquecido por Deus, pelos governantes e só lembrado por grandes latifundiários, mineradores e pelo camponês pobre: o sul do estado do Pará. Conhecido pela sua imensidão, povoado até a atualidade por índios, quilombolas e dominado por grandes fazendeiros e jagunços. Uma verdadeira terra sem lei. Afirmação seria verdadeira, porém a lei existe e é fortemente aplicada, principalmente quando é conveniente a lei do mais forte.

CAMINHANDO

No dia do massacre, cerca de 2.500 sem terra estavam no sétimo dia de uma marcha que deveria ir até a capital do Pará, Belém, começada no dia 10 de abril.
A marcha era um  contra a demora na desapropriação de uma área que eles ocupavam na Fazenda Macaxeira, em Curionópolis. Seguiria de Curionópolis até a capital pela Rodovia Estadual PA-150 (hoje Rodovia Federal BR-155), que liga Belém ao sul do Estado.
Trabalhadores sem terra do sul do estado do Pará – Foto: Sebastião Salgado
Trabalhadores sem terra do sul do estado do Pará – Foto: Sebastião Salgado
O protesto atraía a imprensa e preocupava os fazendeiros da região, que se uniram para pressionar o governo.
O então governador Almir Gabriel, do PSDB, e seu secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, acabaram ordenando que a polícia parasse a marcha a qualquer custo. E o custo foi alto, doloroso e covarde.

O MASSACRE

E foi no trecho de uma rodovia, em um lugar que ficou conhecido como a Curva do S, no dia 17 de abril de 1996, na cidade de  dos Carajás, sul do Estado do Pará, que a PM do estado promoveu um massacre contra camponeses do , matando pelo menos 21 pessoas.
Sob o comando do coronel Mario Colares Pantoja e do major José Maria Pereira de Oliveira, por volta das 17 horas daquela tarde sangrenta, os 155 policiais envolvidos abriram fogo com espingardas, fuzis e semi metralhadoras contra os trabalhadores. Entre os 21 mortos, alguns apresentavam marcas de pólvora em volta dos furos das balas, indicando tiros à queima roupa. Outros foram mutilados com facões e foices.
Além dos 19 mortos daquele dia, outras três pessoas morreriam em consequência dos ferimentos sofridos durante o massacre. Ao todo, 69 pessoas ficaram feridas. Muitos convivem com balas alojadas no corpo até hoje, além do trauma e da perda de familiares e companheiros de luta.
Ilustração retratando o massacre pelo chargista Carlos Latuff
Ilustração retratando o massacre pelo chargista Carlos Latuff
O comando da operação estava a cargo do coronel Mário Colares Pantoja, que foi afastado, no mesmo dia, ficando 30 dias em prisão domiciliar, determinada pelo governador do Estado, e depois liberado. Ele perdeu o comando do Batalhão de Marabá. O ministro da , Andrade Vieira, encarregado da reforma agrária, pediu demissão na mesma noite, sendo substituído, dias depois pelo senador Arlindo Porto.
Uma semana depois do massacre, o Governo Federal confirmou a criação do Ministério da Reforma Agrária e indicou o então presidente do Ibama, Raul Jungmann, para o cargo de ministro. José Gregori, que na época era chefe de Gabinete do então ministro da Justiça, Nelson Jobim, declarou que “o réu desse crime é a polícia, que teve um comandante que agiu de forma inadequada, de uma maneira que jamais poderia ter agido”, ao avaliar o vídeo do confronto.
O então presidente Fernando Henrique Cardoso determinou que tropas do Exército fossem deslocadas para a região em 19 de abril com o objetivo de conter a escalada de violência. O presidente pediu a prisão imediata dos responsáveis pelo massacre.

MEMÓRIA

Após o massacre, o dia 17 de abril passou a marcar o Dia Mundial da Luta pela Terra. A Fazenda Macaxeira, cujo dono foi um dos mandantes da matança, foi desapropriada finalmente e hoje abriga o assentamento de nome: 17 de Abril.
O Monumento Eldorado Memória, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer para lembrar as vítimas do massacre dos sem-terra, inaugurado no dia 7 de setembro de 1996, em Marabá, foi destruído dias depois. Um dos líderes dos sem-terra do Sul do Pará afirmou que a destruição foi encomendada pelos fazendeiros da região. O arquiteto disse que já esperava por isso. “Aconteceu o mesmo quando levantamos o monumento em homenagem aos operários mortos pelo Exército na ocupação da CSN, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro”, comentou.
Porém, eventualmente 19 árvores mortas, uma para cada vítima, foram encontradas e dispostas formando o contorno do mapa do Brasil. Assim, em abril de 1999, na curva do S, local do massacre, mais de 800 sobreviventes construíram um monumento em homenagem aos 19 sem-terra mortos. O trabalho foi denominado de “As castanheiras de Eldorado dos Carajás”.
No centro do monumento, abaixo dos troncos das árvores, foi colocado um altar, intitulado pelos militantes de Altar de Protesto, uma espécie de tronco de castanheira cercado por 69 pedras pintadas de vermelho. No altar está cravada uma placa, com o nome dos 19 mortos no dia 17 de abril de 1996, como forma de homenagem.
MST2
Monumento das castanheiras na curva do S – Foto: Reprodução
O Sonho e o Tempo
(Ademar Bogo)
O sonho se fez tempo
Plantado sobre a teimosia que se fez berço
Para dar vida ao guerreiro que decidiu nascer.
São quinze anos de tempo e mais de sonhos
Que a voz do povo buscou chamar a terra
E se fez força da paz fazendo guerra.
Batalhas marcam os dias
Os livros marcam a história
Os hinos as alegrias.
O pranto também faz parte desse longo caminhar
Cumpre o papel de regrar o sinhô tão valente
De quem acreditou que plantando sangue renasceria
E em cada passo que o povo daria…
Nas vitórias viveria eternamente
E a terra feito um lençol macio se estende
Oferecendo seu colo umedecido
Ainda expondo os destroços da última batalha.
Mas isso é seguir em frente e querer mais
Forjar novas gerações
Mesmo que custe sacrifício às atuais.
E os olhos do sol se abrem para fazer amanhecer
Nas quatro pontas do eito empoeirado
Com marcas de latifúndios entocaiados
Erguem-se homens, mulheres e meninos
Riscando com um sopro a linha do destino
E marcam as próprias mãos
Com calos que lhe dão dignidade
É a terra que resgata o ser humano
Plantando na consciência
Coragem e resistência
Para fazer nascer a solidariedade
E os mantos de lonas escaldantes
Se desenrolam para formar cidades
Sem muros nem dor da gente errante
Cada qual desenhando seu lugar
Deixando a porta aberta para a linha do horizonte
Onde está a bandeira envaidecida
Chamando com sua dança para seguir adiante
Agora sobre a terra escrevem-se com enxadas
Palavras que formam fartura e unidade
Não haverá mais fome nem tristeza
O vale ressecado volta a ter beleza
E a voz entoa louvando a liberdade
Os lábios sorridentes deixam cair a saliva adocicada
Misturada com o caldo da cana que escorre tão perfeito
Não haverá outras faces mais felizes
Do que estas penetradas de valores com raízes
Que nascem da alegria do coração
Do sonho e da paixão
Que cada um de nós
Planta em nosso peito.
                                                                                 Fonte: Diário da Manhã